*artigo de Ricardo Antonio
Muito se fala em como as embalagens tornam os produtos mais atraentes, despertam o interesse dos consumidores seja com uso de imagens marcantes, cores estratégicas, modelos e formatos diversos. Grande parte dessas mercadorias foram elaboradas para atrair certo nicho de clientes, escolhidos a dedo pela classe social, estado civil, idade, sexo e muitos outros segmentos que interferem na hora de fechar uma compra. Assim, as empresas utilizam desses estudos e ferramentas para persuadir seu público e garantir uma venda.
No ramo imobiliário, nem sempre contamos com o produto pronto na gôndola, diversas vezes teremos que utilizar de meios comerciais para conquistar um cliente que, não poderá ter contato real com o produto que será apresentado. E como é possível competir com diversos concorrentes na mesma situação e elevar a possibilidade de realizar uma venda?
Imagine-se indo comprar o seu primeiro carro sem conhecer as marcas de automóveis. No pátio você encontra 3 opções. Um Gol, uma Mercedes e um Peugeot. Sem conhecimento, a Mercedes esteticamente passa a se destacar entre os outros dois veículos. Devido ao seu design, é possível agregar valor e autoridade, pontos essências para elevar a possibilidade de venda. Já o Gol e o Peugeot, possuem um design menos elegante, desde sua forma até o acabamento do seu interior, o que impacta diretamente no seu valor. Ambos os carros levarão os seus condutores ao mesmo local, são o mesmo objeto, mas com visuais diferentes que os tornam distintos em status, poder aquisitivo e conforto.
Na prática, um empreendimento que esbanja conceito em sua identidade visual, que tem uma escolha criteriosa na construção do logo e tipografias, que foi pensado esteticamente para agradar aquele nicho de pessoas que comumente tem a mesma faixa etária, situação financeira e necessidades, terá sua possibilidade de venda elevada a outro nível, enquanto os demais projetos concorrentes que não possuírem tal apelo, dificilmente conseguirão permanecer no mesmo páreo.
Com esse mesmo pensamento, se avaliarmos nossas decisões diariamente na compra de produtos, podemos ver que o design influência desde a escolha de um simples abajur, até a casa dos sonhos. Pegue como exemplo os produtos Apple, com um design visual externo e interno exclusivo dos aparelhos, a gigante da tecnologia se diferenciou no mercado e garantiu consumidores que desejam ter seus smartphones, pagam a mais por aquele produto e os seguem ano após ano.
Design é mais que visual, é comportamento, é emoção, é sensibilidade, é solução. É um atributo indispensável nos dias de hoje, investir tempo, energia e dinheiro na produção de uma identidade visual conceitual trará ótimos resultados se usado com sabedoria junto ao marketing do seu produto.
* Ricardo Antonio é Designer e Motion Designer na Skyline IP. Paulista apaixonado por animação, escreve periodicamente para o blog LayerLemonade.